Nesta quarta-feira (18), o presidente russo Vladimir Putin entrou em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ligação foi confirmada pelo Palácio do Planalto, que ressaltou a solidariedade expressa por Putin em relação aos incêndios florestais que afetam o Brasil, resultado de uma seca histórica.
Os dois líderes abordaram diversos temas durante a conversa. Além de discutir as relações bilaterais entre Brasil e Rússia, eles falaram sobre a próxima cúpula dos BRICS, que acontecerá no mês que vem, em Kazan, na Rússia. Outro assunto importante foi a proposta de paz conjunta do Brasil e da China para o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Conversa sobre a cúpula dos BRICS
O evento dos BRICS no próximo mês está trazendo muita expectativa. Lula e Putin discutiram as questões principais que estarão na pauta desta reunião.
A cúpula dos BRICS é um ponto de convergência para os cinco países membros – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ela busca não só fortalecer as relações multilaterais, mas também encontrar soluções para problemas globais.
Além das questões econômicas e políticas, temas como a sustentabilidade e a cooperação tecnológica também devem ser abordados. A cúpula de Kazan promete ser um evento significativo, especialmente em tempos de alta tensão geopolítica.
Como a proposta de paz do Brasil e da China pode ajudar no conflito?
A proposta conjunta foi revelada no fim de maio, após uma reunião entre o assessor especial Celso Amorim e o chanceler chinês Wang Yi. A intenção é simples: encontrar uma saída negociada para o conflito que já dura mais de dois anos e meio.
O plano é baseado em três princípios fundamentais:
- Não expansão do campo de batalha
- Não escalada dos combates
- Não inflamação da situação
Esses princípios são indispensáveis para buscar uma solução duradoura para a guerra na Ucrânia. A proposta também pede pelo fim do bombardeamento de infraestruturas civis e a criação de uma zona segura ao redor das usinas nucleares na região.
Qual é o posicionamento do Brasil e da Ucrânia?
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou a proposta, afirmando que ela é “destrutiva” e serve apenas como uma “declaração política”. Zelensky destacou que a Ucrânia não foi consultada e que a iniciativa favorece a Rússia.
Ele enfatizou a necessidade de fortalecer a posição ucraniana antes de qualquer negociação futura.
Por outro lado, o Itamaraty destacou a consistência do governo brasileiro na condenação da invasão russa. O governo do Brasil defende o diálogo e uma solução pacífica, e acredita que a proposta feita em conjunto com a China é um esforço para reativar as conversas de paz.
Os pilares da proposta de paz Brasil-China
A proposta detalhada pelos governos do Brasil e da China envolve pontos cruciais para desescalar o conflito e promover a paz. Aqui estão os principais itens:
- Observância de três princípios: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação.
- Diálogo e negociação como única solução viável.
- Aumento da assistência humanitária e proteção da população civil.
- Rejeição do uso de armas de destruição em massa.
- Prevenção de ataques a usinas nucleares e outras instalações pacíficas.
- Evitar a divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados e promover a cooperação internacional.
Essa iniciativa visa não só a recuperação da paz entre Rússia e Ucrânia, mas também a prevenção de uma catástrofe humanitária maior. Ainda resta ver como a comunidade internacional responderá a essa proposta e se os envolvidos diretos no conflito aceitarão participar de um processo de negociação com base nesses princípios.