Quincy Jones, um dos músicos mais influentes da música norte-americana, faleceu no último domingo (3) aos 91 anos, em Bel Air, Los Angeles.
Sua carreira, que se estendeu por mais de seis décadas, moldou o cenário musical através de colaborações com lendas do jazz e do pop, incluindo Count Basie, Frank Sinatra e Michael Jackson. Ele inovou na produção musical, conquistando 27 prêmios Grammy.
A grandiosidade de sua obra é inegável, abrangendo sucessos no jazz, trilhas sonoras de filmes e a coprodução de programas de TV. Seus esforços foram além da música, conectando-se a figuras importantes do século 20, como Nelson Mandela e Pablo Picasso, e mantendo um círculo de amizades notável.
Como Quincy Jones transformou a música pop?
O impacto de Quincy Jones na música pop é exemplificado por sua colaboração com Michael Jackson. Juntos, criaram álbuns que deixaram uma marca indelével na indústria da música.
“Off the Wall” (1979), “Thriller” (1982) e “Bad” (1987) não só redefiniram o gênero pop, mas também ampliaram a base de fãs de Jackson, introduzindo novos elementos ao seu som característico.
“Thriller” não apenas vendeu milhões de cópias, como também estabeleceu novos padrões para a produção e a execução de videoclipes musicais.
Quincy Jones orquestrou a sessão de gravação de “We Are the World” em 1985. Essa iniciativa arrecadou fundos para combater a fome na Etiópia.
Trilhas sonoras em filmes
A competência de Quincy Jones como compositor de trilhas sonoras estendeu-se por cerca de 40 filmes, incluindo obras como “No Calor da Noite” (1967) e “Raízes” (1988).
Sua habilidade em complementar narrativas cinematográficas com composições musicais tornou-se uma característica marcante de seu trabalho. A transição de Jones do jazz para as trilhas sonoras aprimorou a maneira como a música é percebida dentro da indústria cinematográfica, trazendo um toque inovador e emotivo aos filmes em que trabalhou.
Jones revolucionou a maneira como as trilhas sonoras eram criadas, transformando-se em um dos primeiros executivos negros a alcançar um cargo de destaque em uma gravadora como a Mercury Records.
Essa posição permitiu que ele expandisse sua influência no mundo musical, ao mesmo tempo em que desafiava barreiras raciais e preconceitos da época, promovendo uma visão inclusiva e diversa para a produção musical.
Disputa judicial: Quincy Jones e o espólio de Michael Jackson
Em 2020, uma decisão judicial envolvendo Quincy Jones e o espólio de Michael Jackson pôs em evidência as complexas disputas sobre direitos autorais na indústria da música.
Jones perdeu uma batalha judicial em que buscava quase R$ 40 milhões em direitos sobre obras de Michael Jackson, falecido em 2009.
A controvérsia começou após um veredito de 2017, que inicialmente foi favorável a Jones, garantindo-lhe US$ 9,4 milhões. Esta decisão, contudo, foi anulada anos depois por um tribunal de apelação composto por três juízes.
O órgão judicial determinou que, no julgamento original, o júri interpretou incorretamente o contrato de Jones. A decisão abriu precedente para discussões mais amplas sobre a autonomia dos jurados na análise de documentos contratuais complexos.
Legado de Quincy Jones
Quincy Jones foi um pioneiro em muitos aspectos, não apenas em suas produções musicais, mas também na maneira como inspirou gerações seguintes.
Mesmo na era digital, sua música continua a ressoar. Entre suas várias conquistas, destacou-se em proporcionar liberdade criativa a artistas ao redor do mundo, afirmando que “a música é a única coisa que ofereceu liberdade” ao longo de sua vida.
Além de sua carreira musical, Jones demonstrou compromisso com causas sociais e humanitárias. Ele fundou várias iniciativas voltadas para a educação e o bem-estar social e esteve engajado em vários projetos que visavam melhorar a vida de comunidades menos favorecidas.