Carteiras de Longo Prazo Brilham no Mercado Financeiro

Por: Maiana Moura

Em julho, as carteiras de longo prazo se destacaram no mercado financeiro, seguindo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O IMA Geral, uma carteira de títulos públicos marcados a mercado, registrou uma variação positiva de 1,36% no mês, acumulando um ganho de 3,81% no ano.

A marcação a mercado é um conceito importante para entender essas flutuações. Basicamente, ela avalia a aplicação pelo valor que o investidor receberia caso resgatasse o título naquele dia específico.

Dois fatores principais ajudaram a impulsionar os títulos de longo prazo em julho. Primeiramente, o anúncio de medidas de congelamento de recursos pelo governo foi significativo.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento anual como forma de manter o déficit fiscal entre zero e 0,25% do PIB.

Em segundo lugar, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduziria as taxas de juros nos próximos meses favoreceu os preços dos títulos com prazos mais longos.

Diversos tipos de títulos apresentaram desempenhos distintos em julho. O IMA-B5+, que reflete as NTN-Bs (títulos indexados à inflação) com prazo superior a cinco anos, registrou um retorno de 3,24% no mês de julho, embora ainda apresente uma perda de 1,97% no acumulado do ano.

Por outro lado, o IMA-B 5, que reflete as NTN-Bs com prazo de até cinco anos, teve um crescimento de 0,91% no mês, acumulando um retorno de 4,27% no ano.

Já os títulos prefixados também se saíram bem: o IRF-M 1 (prefixado até um ano) cresceu 0,94% em julho, somando um retorno de 5,49% no ano.

As carteiras indexadas ao IPCA tiveram um desempenho robusto em julho. O IDA IPCA Infraestrutura, que reflete debêntures com isenção fiscal, obteve um ganho de 2,23% no mês.

Paralelamente, o IDA-IPCA ex-Infraestrutura, que exclui essas debêntures, cresceu 1,94%. No acumulado de 2024, esses índices apresentaram retornos de 4,92% e 4,88%, respectivamente.

A carteira de menor duração, o IDA-DI, indexada ao DI diário, também apresentou bons resultados, variando 1,25% em julho e mantendo o melhor retorno do ano, com um crescimento de 8,28% até agora.