O primeiro semestre de 2024 revelou-se turbulento para o mercado de ações tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, lançando um véu de incerteza sobre as perspectivas econômicas futuras. Enquanto alguns investidores ficaram na defensiva, outros estão a considerar este período uma oportunidade para adquirir ações a preços reduzidos.
Este panorama foi intensificado pelo ajuste das políticas de juros nos dois países, impactando diretamente no valor de empresas listadas na bolsa. No Brasil, por exemplo, a escalada da taxa de juros para 10,25% teve um efeito drástico no índice Ibovespa, que sofreu uma retração de aproximadamente 7%. Diante desse cenário, analistas estão apontando que pode haver barganhas a serem buscadas.
Quais são as principais influências na recente depreciação da bolsa?
A reprecificação do mercado brasileiro não ocorreu de forma isolada. A modificação nas expectativas sobre os cortes de juros nos EUA, que foram adiadas de março para setembro, e as consequentes altas taxas dos títulos públicos norte-americanos, desviaram significativamente o capital que poderia vir para mercados emergentes. Esse fenômeno colaborou substancialmente para a desvalorização das ações brasileiras.
Como encontrar empresas de valor na bolsa atual?
Apesar das adversidades, muitas empresas com sólida gestão e boas estratégias de mercado estão com seus valores de mercado depreciados. Especialistas estão apontando um potencial de valorização considerável para tais companhias. Paulo Abreu, gestor da Mantaro Capital, destaca que é essencial identificar organizões com fundamentos sólidos que estão sendo negociadas a preços abaixo de seus valores intrínsecos.
O que dizem os veteranos do investimento?
Renomados investidores do país enxergam a fase atual como menos arriscada comparada à crises anteriores, como por exemplo durante o governo Dilma Rousseff. Segundo Guilherme Aché, da Squadra, o mercado apresenta menos perigos e mais oportunidades agora. Ele e outros especialistas sugerem um olhar cuidadoso para as empresas que estão bem posicionadas para aproveitar uma eventual recuperação econômica.
- Suzano (SUZB3): a companhia enfrenta volatilidade, mas é apontada por ter potencial de crescimento com a execução de novos projetos que prometem melhorar a eficiência produtiva.
- Vale (VALE3): negociada com desconto em comparação aos seus pares, ela continua a ser uma escolha promissora a médio e longo prazo, especialmente devido à sua capacidade de adaptação e inovação.
- Setor de commodities e mineradoras: Embora impactadas pela queda nos preços globais das commodity, empresas como Klabin (KLBN11) e SLC Agrícola (SLCE3) continuam sólidas devido a suas estruturas de dívidas gerenciáveis e bons níveis de liquidez.
Diante de um panorama desafiador, é fundamental que os investidores façam escolhas estratégicas e bem informadas. A observação detalhada das condições de mercado, juntamente com a uso de dados concretos sobre as companhias, pode revelar oportunidades valiosas em meio à volatilidade atual.