A manhã de sexta-feira, 26, trouxe sentimentos mistos para investidores na bolsa de valores brasileira. Enquanto a Vale (VALE3) celebra um balanço financeiro robusto com lucro triplicado e R$ 9 bilhões em dividendos, as ações da Usiminas (USIM5) enfrentam um cenário bem diferente.
Por volta das 11h, as ações da Usiminas lideravam as quedas do Ibovespa, principal índice acionário da B3, com uma queda expressiva de 16%, sendo negociadas a R$ 6,93. Este desempenho reflete resultados financeiros abaixo do esperado pelo mercado, gerando uma forte reação negativa entre os investidores.
A Usiminas frustrada por resultados do 2T24
Os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) da Usiminas revelaram fortes desafios. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), um indicador crucial, ficou em R$ 298 milhões, uma queda de 32,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este valor também ficou 35% abaixo das expectativas do Goldman Sachs.
Além disso, a performance financeira da Usiminas surpreendeu negativamente outros players importantes do mercado. Segundo os analistas do Itaú BBA, o EBITDA ficou 40% abaixo das previsões do banco para o período, principalmente devido a uma realização de preços mais fraca no mercado siderúrgico doméstico.
Por que a Usiminas está em queda?
O que motivou essa queda acentuada nas ações da Usiminas? Existem várias razões:
- Custos Superiores: O relatório do Goldman Sachs apontou que os custos operacionais da Usiminas foram superiores ao esperado.
- Desempenho de Preços: A empresa teve uma fraquíssima realização de preços no mercado siderúrgico doméstico, segundo o Itaú BBA.
- Expectativas Não Atingidas: Investidores estavam mais otimistas quanto a maiores ganhos de eficiência na divisão de aço, mas a expectativa de custos estáveis acabou sendo uma decepção.
O que dizem os analistas?
Os analistas do Itaú BBA mantiveram a recomendação de compra para as ações da Usiminas, estabelecendo um preço-alvo de R$ 12. Isso representa um potencial de alta de 73% nos próximos meses, mesmo considerando a queda brusca dos papéis hoje. O Goldman Sachs também adotou uma visão positiva, com um preço-alvo de R$ 14, o que implica um upside de 102% sobre a cotação atual.
Essas recomendações positivas sugerem que, apesar dos números decepcionantes do 2T24, os analistas acreditam no potencial de recuperação da Usiminas.
O que esperar do futuro?
Neste contexto, é importante considerar algumas perspectivas futuras para a Usiminas:
- Reestruturação de Custos: A empresa pode focar na redução de custos operacionais para melhorar a margem de lucro.
- Melhora na Eficácia: Investimentos em tecnologia e inovação podem aumentar a eficiência e a competitividade no mercado.
- Mercado Siderúrgico: Uma possível recuperação do mercado siderúrgico doméstico poderia beneficiar diretamente a Usiminas.
Enquanto a Usiminas enfrenta desafios significativos, há indicativos de que a empresa possa recuperar seu desempenho nos próximos trimestres, especialmente se investir em melhorias operacionais e aproveitar as oportunidades de mercado.
É importante destacar que esta matéria não é uma recomendação de compra e venda. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, faça análises e esteja sempre bem informado.