Em uma declaração audaciosa e inflamadora, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou seus ataques à vice-presidente Kamala Harris, acusando-a de ser a “força motriz ultraprogressista” por trás das políticas de imigração do governo Biden. Em um comício realizado na Carolina do Norte, Trump não poupou críticas à democrata, buscando responsabilizá-la pelo que ele considera uma crise nas fronteiras.
“Como czar da fronteira, Kamala abriu nossas fronteiras, o que permitiu que 20 milhões de estrangeiros ilegais invadissem nosso país vindos de todas as partes do mundo”, declarou Trump para uma multidão fervorosa em Charlotte. Essa foi sua primeira aparição pública desde que Joe Biden comunicou a retirada de sua candidatura no último fim de semana.
Kamala Harris e políticas de imigração
Biden havia encarregado Kamala Harris de colaborar com países da América Central para ajudar a conter a onda de migração. No entanto, Harris não recebeu a atribuição formal pela segurança da fronteira nem foi nomeada “czar da fronteira”. Essa diferença, ainda que sutil, não impediu Trump de usá-la como munição em sua retórica agressiva.
Durante seu discurso, Trump ressaltou a gravidade do que ele considera uma falha administrativa, afirmando que a vice-presidente Kamala Harris é a política mais progressista já eleita na história dos Estados Unidos. “Ela destruirá nosso país se for eleita”, destacou, enquanto a multidão mostrava seu apoio com gritos e aplausos.
Por que Kamala Harris é vista como uma ameaça por Trump?
Apoiadores de Trump consideram a abordagem progressista de Harris uma ameaça às tradições americanas. A vice-presidente, que é a primeira mulher negra e asiático-americana a ocupar o posto, vem despertando uma nova energia entre os democratas desde a retirada de Biden da corrida presidencial. Em apenas três dias, Harris sacudiu uma disputa até então monótona, injetando vitalidade e controvérsias.
Por outro lado, muitas pessoas dentro do partido Democrata veem em Harris uma chance renovada de conexão com eleitores de diferentes matizes. Seu histórico e as políticas progressistas prometem trazer questões de justiça social e igualdade para o centro do debate eleitoral.
O impacto da retirada de Biden nas eleições de novembro
O comício de Trump ocorreu duas horas antes de Biden, de 81 anos, fazer um discurso para a nação no Salão Oval, no qual explicou sua decisão de sair da disputa. Biden havia enfrentado crescente pressão de seus pares democratas para se retirar, abrindo caminho para uma nova liderança dentro do partido. Com a retirada de Biden, os olhares se voltam agora para Kamala Harris, que poderá ser a força principal na corrida presidencial.
O cenário político nos Estados Unidos está em ebulição e a disputa de 5 de novembro promete ser uma das mais acirradas e polarizadas na história recente. Trump, ao atacar Kamala Harris, vem tentando consolidar seu eleitorado enquanto a vice-presidente tenta captar o apoio necessário para fazer história. Continuaremos a acompanhar de perto os desdobramentos desse embate decisivo.