O empresário Eike Batista, que já figurou entre as pessoas mais ricas do mundo e passou por um período difícil após ser preso durante a Operação Lava-Jato, busca agora se reerguer. Na última sexta-feira (16), ele teve a oportunidade de reviver parte de seu antigo prestígio ao apresentar seu novo projeto: as “supercanas”.
Batista participou do 23º Fórum Econômico do Lide e, durante uma apresentação de dez minutos no painel “Os novos desafios do Brasil no campo da mineração, óleo e gás”, compartilhou brevemente seus novos empreendimentos. Após anos de dificuldades devido a denúncias de corrupção, ele tenta voltar ao cenário econômico com força.
No evento, antes mesmo de iniciar sua fala, Eike foi interrompido por Luiz Fernando Furlan, ex-ministro de Desenvolvimento Econômico. Furlan elogiou a visão de Batista, porém, mencionou que seu erro foi tentar começar grande demais. Ele destacou a importância de pensar grande, mas iniciar de forma modesta e avançar rapidamente.
Os anos afastado dos holofotes pareceram ter afetado a desenvoltura de Eike. Sua apresentação foi apressada e mal sincronizada com os slides exibidos, devido ao atraso no evento. Mesmo assim, o empresário tentou promover seu sonho como uma verdadeira “revolução de transição energética”.
Como funciona o projeto das “supercanas”?
O investimento na “supercana” foi de R$ 350 milhões, segundo Eike, que está envolvido no projeto há nove anos. Ele explicou que essa cana geneticamente modificada é capaz de produzir até três vezes mais etanol por hectare e de sete a 12 vezes mais bagaço. Esse bagaço pode ser utilizado para produzir plástico biodegradável, aproveitando toda a planta, da palha ao bagaço.
Eike mencionou que, em 2024, já existem 17 espécies da supercana patenteadas. Ele prevê que nos próximos cinco a 15 anos, o Brasil poderá revolucionar com essa tecnologia, aumentando a produção de etanol e biomassa de forma impressionante.
A revolução energética do Brasil com as supercanas
Eike Batista acredita que o Brasil pode liderar uma grande mudança na produção de energia com seu novo projeto. Com a supercana, ao invés de queimar o bagaço da cana por um valor baixo, o país pode criar uma alternativa sustentável ao plástico convencional.
O empresário relembrou os conselhos de seu pai, Eliezer Batista, e destacou que seu objetivo é gerar um impacto nacional significativo. A seguir, os principais pontos do projeto de Eike Batista foram apresentados no Fórum:
- Investimento de R$ 350 milhões no projeto “supercana”.
- Cana geneticamente modificada capaz de produzir três vezes mais etanol.
- Produção de biomassa até 12 vezes maior.
- Desenvolvimento de plástico biodegradável a partir do bagaço.
- 17 espécies patenteadas em 2024.
“Com a biomassa, ao invés de queimar isso [o bagaço da cana] a US$ 20 dólares, o Brasil pode substituir o plástico do planeta,” afirmou Eike, finalizando com uma frase simbólica de seu pai: “Meu pai diria que isso aqui é dar caviar para crocodilo”.
Com otimismo, ele projeta um futuro onde o país não só aumente a produção de etanol, mas também ofereça soluções sustentáveis ao mundo.