O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, está previsto para atingir a marca de 145 mil pontos ainda este ano, de acordo com a análise da corretora Monte Bravo.
A instituição acredita que o índice superará o CDI, uma referência comum para investimentos de renda fixa, mas apesar desse cenário positivo, recomenda que os investidores reduzam sua exposição à bolsa de valores.
Essa projeção otimista deve-se, em grande parte, à expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central americano, o Federal Reserve (Fed). O corte nas taxas de juros pode aumentar o apetite global por investimentos de risco, favorecendo o fluxo de capital estrangeiro em direção ao Brasil.
Quais fatores levam o Ibovespa a 145 mil pontos?
Segundo a Monte Bravo, o fluxo estrangeiro que vem se fortalecendo neste segundo semestre será crucial para a valorização dos ativos locais.
A corretora espera que, com isso, o Ibovespa supere o CDI nos próximos 12 meses. No entanto, adverte que este pode não ser o melhor momento para aumentar a exposição em renda variável local.
Apostas da Monte Bravo face ao cenário atual
A Monte Bravo ressalta em sua análise que, no acumulado de 12 meses, apenas o Ibovespa e o índice de debêntures conseguiram superar o CDI, com o Ibovespa registrando uma alta de 17,5%.
Embora pareça lógico que a renda variável supere a renda fixa, nem sempre isso ocorre devido a fatores como o momento de entrada e saída dos investimentos, que podem ampliar ou reduzir os lucros na bolsa.
Quais são as ameaças à crescente do Ibovespa?
No entanto, a corretora alerta para os fatores que podem limitar os ganhos da bolsa. Entre eles, destacam-se o ruído político e a incerteza fiscal interna, que são vistos como ameaças significativas para as previsões positivas.
A instituição explica que, apesar de um cenário global favorável, problemas como o risco fiscal crescente e a erosão na credibilidade das políticas fiscal e monetária no Brasil agravam a situação. Até mesmo o comportamento do câmbio reflete essa preocupação, indicando uma contaminação pela insegurança fiscal.
Como a Monte Bravo recomenda alocar a carteira em setembro
Com base nesse cenário de incertezas, a Monte Bravo recomenda algumas mudanças na alocação de carteira para setembro:
- Redução da exposição em renda variável – Realização de lucros aproveitando a alta de 15% do Ibovespa desde junho.
- Redução em prefixados – Especialmente nos de curto prazo, devido ao aumento da Selic.
- Aumento em títulos indexados à inflação – Principalmente de médio e longo prazo, beneficiados pela alta da Selic.
- Aumento em pós-fixados – Que se beneficiarão de um melhor carregamento.
- Aumento em multimercados – Que têm potencial para performar melhor no cenário atual.
A Monte Bravo acredita que essas recomendações podem ajudar a superar o CDI em até cinco pontos percentuais. No entanto, é fundamental que os investidores mantenham uma postura cautelosa, dado o cenário de riscos fiscais e políticos que o Brasil enfrenta.
Com informações do site Valor Investe – Globo