A última semana trouxe uma avalanche de resultados surpreendentes para os bancos mais tradicionais do Brasil: Banco do Brasil (BB), Santander, Bradesco e Itaú.
Os números revelados até agora mostram que o setor segue atraente, tanto para quem busca dividendos quanto para os que querem aproveitar a valorização na bolsa. O único que ainda não revelou seus resultados é o BTG Pactual.
Esses papéis são considerados ativos defensivos em carteiras de renda variável, devido à baixa volatilidade e bom desempenho mesmo em ambientes de mercado desfavoráveis. Todos os bancos registraram ganhos maiores do que nos últimos 12 meses, superando as expectativas do mercado, com um destaque em especial.
Itaú se destaca no setor financeiro
O Itaú, favorito entre analistas dentro e fora do Brasil, manteve sua liderança no setor. Reconhecido como uma empresa sólida e com bons fundamentos, o banco promete ótimos retornos no futuro.
Segundo o Valor Data, todas as 11 casas de análise que cobrem as ações do Itaú recomendam a compra, com um potencial de valorização de 12,7%, atingindo um preço-alvo de R$ 39,11 até o final deste ano. Na última segunda-feira, a ação estava cotada a R$ 34,61.
Por que o Itaú é considerado referência?
Especialistas destacam a “principalidade” do Itaú, uma métrica que mede o quão central uma instituição é para seus clientes em termos de transações e serviços. Esse diferencial permite ao banco entender melhor o perfil de seus clientes e oferecer produtos mais adequados, destacando-se em relação a concorrentes como Bradesco e Santander.
O protagonismo do Itaú se deve, em parte, às estratégias proativas de gestão de crédito adotadas desde 2021. Enquanto a inadimplência disparava entre seus concorrentes, o Itaú optou por uma postura mais conservadora na concessão de crédito, mantendo sua carteira de clientes estável e eficiente.
Queda dos juros e impacto no setor bancário
Os resultados robustos dos bancos no segundo trimestre de 2024 são, em parte, fruto da queda da taxa básica de juros (Selic) iniciada em agosto. Especialistas contam que a recuperação financeira das famílias e a queda do desemprego foram fatores-chave para o sucesso desses balanços.
Com um público mais saudável financeiramente, os bancos puderam aumentar a oferta de crédito, expandindo suas carteiras e, consequentemente, seus lucros.
A Selic, atualmente em 10,5% ao ano, equilibra a balança para os bancos, favorecendo um ambiente propício para a concessão de crédito sem elevar a inadimplência.
Banco do Brasil e seus desafios recentes
O Banco do Brasil (BB), embora tenha registrado um lucro perto dos R$ 10 bilhões, enfrentou desafios significativos. Comparado ao Itaú, seu retorno sobre dividendos é maior, aproximadamente 12%, contra 8% do Itaú. No entanto, questões internas e a inadimplência alta abalaram a confiança dos investidores.
Analistas apontam que uma parte do lucro do BB veio de uma receita pontual do Banco da Patagônia, o que não garante lucros sustentáveis nos próximos trimestres. Além disso, a concentração de sua carteira de crédito no agronegócio – afetado recentemente por mudanças climáticas – gera preocupação.
Como os investidores enxergam o futuro dos bancos?
O retorno sobre patrimônio (ROE) é um indicador crucial para avaliar a eficiência dos bancos. O Itaú lidera com um ROE de 22%, seguido pelo Banco do Brasil com cerca de 20%, Santander com 15% e Bradesco com 11%. Apesar dos desafios enfrentados, o Bradesco mostrou uma significativa redução na inadimplência e uma recuperação positiva nos últimos balanços.
Para o BTG, a expectativa é de bons resultados. Com sete recomendações de compra e quatro neutras, o banco espera um potencial de ganho de 13,7%, atingindo R$ 40 até o fim do ano.
Em resumo, o setor financeiro brasileiro segue sólido, com destaque para o Itaú, que continua liderando com eficiência e rentabilidade. Os desdobramentos futuros, especialmente para o Banco do Brasil e o BTG, prometem movimentar ainda mais o mercado.