Em um cenário já marcado por turbulências políticas e sociais, a Venezuela testemunha mais um episódio inusitado: o presidente Nicolás Maduro declarou guerra ao WhatsApp. Em um pronunciamento surpreendente, Maduro anunciou que desinstalou o aplicativo de seu celular, pedindo à população que fizesse o mesmo.
No entanto, os venezuelanos parecem ignorar o apelo, mantendo o uso do aplicativo em níveis normais. Esta atitude do presidente revela não apenas um conflito com a tecnologia, mas também uma tentativa de controlar a comunicação em um país onde a informação independente é vital.
O conflito com o WhatsApp
Nicolás Maduro, já conhecido por seus embates com a oposição e críticas à mídia, agora volta suas atenções para o WhatsApp. No início desta semana, ele fez um discurso inflamado onde afirmou estar “livre do WhatsApp”, incentivando os cidadãos a seguirem seu exemplo.
A empresa, por sua vez, optou por não se pronunciar oficialmente sobre o incidente, evitando confrontos diretos com o líder venezuelano.
Apesar das declarações de Maduro, os dados de monitoramento do WhatsApp mostram que a utilização do aplicativo na Venezuela não sofreu alterações significativas. A população continua a utilizar a plataforma para comunicação, refletindo a alta penetração do aplicativo no país, que está entre os mais altos da América Latina.
A eleição contestada de Maduro
A questão do WhatsApp ganha um novo contexto com a recente contestação das eleições presidenciais na Venezuela. Em um documento divulgado por um grupo de acadêmicos e pesquisadores, é denunciada a escalada autoritária do governo Maduro.
A carta dos acadêmicos afirma que “a democracia da Venezuela está sob ataque há muito tempo. E as últimas eleições levaram essa crise ao ápice. A comunidade internacional precisa estar ao lado do povo venezuelano, reconhecer a vitória de González como um reflexo da vontade popular e fazer o que puder para promover uma transição democrática pacífica”.