As ações da cervejaria holandesa Heineken registraram uma queda de aproximadamente 10% nesta segunda-feira. O motivo? Uma esperada alta nas vendas de cerveja, impulsionada por eventos esportivos, não se concretizou. Além disso, a empresa teve que arcar com um encargo de 874 milhões de euros (US$ 948 milhões) relacionado ao seu investimento na China.
A Heineken, conhecida por ser a cerveja mais vendida na Europa, elevou sua previsão de lucro operacional para o ano inteiro. No entanto, alguns analistas consideram que essa previsão ainda não é tão otimista quanto esperavam. Nos primeiros seis meses do ano, a empresa relatou um aumento de 12,5% no lucro operacional, ligeiramente abaixo da previsão de 13,2% dos analistas.
Lucro Operacional da Heineken em 2024: Expectativas versus Realidade
A Heineken agora espera um crescimento orgânico do lucro operacional entre 4% e 8% em 2024. Essa nova projeção está abaixo do crescimento de 8,2% que os analistas acreditavam ser possível. Segundo Harold van den Broek, diretor financeiro da empresa, a nova orientação reflete os fracos meses de junho e julho na Europa, quando o clima frio prejudicou o desempenho da Heineken, além do esperado impulso dos eventos esportivos que não se materializou.
O Clima e os Eventos Esportivos Influenciaram as Vendas?
A Heineken e outras cervejarias europeias esperavam aumentar suas vendas de cerveja este ano, impulsionadas por eventos como a Eurocopa de futebol na Alemanha e a Olimpíada em Paris. Contudo, o tão aguardado aumento nas vendas não aconteceu como previsto. As ações de rivais como a Carlsberg e Anheuser-Busch InBev também caíram, respectivamente 4% e 0,8%, em resposta ao fraco desempenho da Heineken.
Como Estão as Projeções para a Ambev no Brasil?
No Brasil, a Heineken continua a crescer, embora em um ritmo menor. O Itaú BBA observa que houve um crescimento de receita de um dígito alto no país durante o primeiro semestre de 2024. O volume, por outro lado, teve um crescimento mais moderado no segundo trimestre, indicando uma desaceleração. A performance variou entre suas diferentes marcas, com o portfólio premium apresentando um crescimento estável, enquanto marcas mais comuns, como Amstel e Devassa, tiveram resultados mistos.
Desempenho das Marcas Heineken no Segmento Econômico
O segmento econômico da Heineken enfrentou uma queda de volumes de dois dígitos, devido à forte competição. A Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Petra, tem operado com preços significativamente mais baixos, buscando aumentar seu volume de vendas e reduzir custos. A competição acirrada no segmento econômico deve ser um desafio contínuo.
Quais são as Perspectivas para o Futuro?
A longo prazo, a Heineken estará bem posicionada para o crescimento. No entanto, pequenas decepções recorrentes podem continuar a manchar esse panorama. Louis Jamieson, analista sênior de ações globais da Sanlam Investments, afirmou que a dificuldade em obter um impulso contínuo é um problema quando surgem esses pequenos contratempos.
Além das questões na Europa, a Heineken também teve que reduzir o valor de sua participação na China Resources Beer, resultando em um prejuízo líquido. Segundo van den Broek, essa desvalorização se deve apenas ao declínio no preço das ações da empresa na China, que continua a ter um bom desempenho operacional.
A Heineken enfrenta um cenário desafiador, mas a longo prazo, continua bem posicionada para o crescimento. Será crucial observar como a empresa responde às pressões competitivas e econômicas nos próximos meses.