As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul expuseram a fragilidade do sistema de seguros brasileiro e o desafio de reconstruir um estado devastado por eventos climáticos extremos. As estimativas de prejuízos ainda estão sendo calculadas, mas os números já apontam para uma das maiores catástrofes naturais da história do país.
Seguro insuficiente
Apesar da magnitude da tragédia, menos de 20% das residências brasileiras possuem seguro residencial, e no agronegócio, um dos motores da economia, a cobertura é ainda menor, atingindo apenas 10% da área plantada. A baixa adesão aos seguros deixou milhares de famílias desprotegidas e ampliou o impacto financeiro da catástrofe.
As seguradoras estimam que as indenizações para grandes riscos, como complexos industriais, e para automóveis representem cerca de 63% do valor total das indenizações, estimado em R$ 1 bilhão. No entanto, os seguros residenciais, agrícolas e de pequenas empresas, que protegem um número maior de pessoas, ainda estão sendo contabilizados.
Desafio da reconstrução no RS
Diante da magnitude da tragédia, o governo federal criou um grupo de trabalho para discutir com especialistas e a comunidade acadêmica propostas para subsidiar o processo de reconstrução do Rio Grande do Sul. O objetivo é realizar um diagnóstico preciso das causas e consequências da calamidade e elaborar um plano de ação para a recuperação do estado.
Este grupo de trabalho terá a mesma duração da secretaria, sendo extinto automaticamente dois meses após o encerramento do estado de calamidade pública. No entanto, a duração limitada do grupo de trabalho pode gerar a necessidade de uma renovação ou criação de novos grupos para dar continuidade aos trabalhos de reconstrução.