Nos últimos anos, o mercado automobilístico brasileiro viu a saída de vários modelos populares, como o Mitsubishi Lancer, o Chevrolet Cobalt e a Fiat Weekend.
Isto gera uma dúvida comum entre os proprietários: será que as peças de reposição estarão disponíveis nos próximos anos?
Embora muitos acreditem que há uma lei que obriga as montadoras a fornecer peças por oito anos após o término da fabricação, esta crença não está baseada em regulamentações claras.
A legislação brasileira, especificamente o Código de Defesa do Consumidor, menciona que fabricantes e importadores devem garantir a oferta de peças enquanto o produto está em fabricação. Após a cessação da produção, devem assegurar a oferta por um “período razoável”, expressão que resulta em interpretações variadas e, por vezes, em disputas judiciais.
Existe uma lei que regulamenta a oferta de peças?
Muitos acreditam erroneamente que existe uma legislação clara que estipula um período específico para a disponibilidade de peças.
O que ocorre, na prática, é uma combinação entre a demanda dos consumidores e o julgamento dos tribunais quando surgem disputas. A fluidez do termo “razoável” no Código de Defesa do Consumidor não fixa um prazo concreto, sendo deixado à mercê de interpretações e das circunstâncias individuais de cada caso.
Como funciona o mercado de peças de reposição?
O mercado de peças de reposição é regido por uma lógica econômica de oferta e demanda. Para modelos que foram amplamente vendidos, como Fusca ou Gol, existe uma demanda contínua que incentiva o estoque regular de componentes.
Por outro lado, veículos de nicho ou de volume de venda reduzido enfrentam desafios maiores, especialmente se as fabricantes ou importadoras originais já não estiverem operando no país. Em tais casos, lojistas e distribuidores avaliam cuidadosamente a viabilidade de manter peças em estoque.
É possível encontrar peças para carros fora de linha?
Sim, mas a facilidade e a disponibilidade podem variar. Modelos que foram bem-sucedidos no mercado tendem a ter uma cadeia de fornecimento de peças mais robusta por anos após sua descontinuação. Além disso, veículos com status de colecionáveis costumam ter suporte de fornecedores especializados.
Mesmo quando o veículo não se enquadra nesses casos, a internet e as importadoras especializadas oferecem opções para buscar peças internacionalmente.
Para proprietários de veículos já saídos de linha, a expectativa é que a oferta de peças permaneça estável devido à sua popularidade no Brasil. A chave para quem possui ou deseja comprar um veículo descontinuado é se informar sobre a existência de mercado e planejamento para suprir eventuais necessidades no futuro.