Um estudo recente publicado no Journal of Gerontology sugere que a riqueza pode ter um impacto significativo na expectativa de vida de uma pessoa.
Realizado no Reino Unido e Estados Unidos, a pesquisa analisou dados coletados ao longo de uma década de aproximadamente 25 mil indivíduos com 50 anos ou mais.
Os cientistas envolvidos, liderados pela University College London, buscaram compreender como os fatores socioeconômicos influenciam a saúde e longevidade. Os resultados indicam que a riqueza desempenha um papel crucial na extensão da vida, elevando-a em quase uma década para aqueles no topo da pirâmide econômica.
Como o estudo foi conduzido?
Os participantes do estudo foram divididos em grupos com base em sua renda mensal. A investigação se concentrou na comparação de saúde entre os grupos afluentes e aqueles com menos recursos.
O principal objetivo era determinar quantos anos a mais os indivíduos poderiam viver sem deficiências associadas ao envelhecimento. Além disso, a análise buscou identificar até que ponto as condições econômicas influenciam diretamente no aumento da expectativa de vida ao proporcionar uma vida cotidiana mais confortável e segura.
Diferenças entre homens e mulheres
Os resultados mostraram que os homens mais ricos dos Estados Unidos e Reino Unido podem viver até cerca de 81 anos, enquanto aqueles com menos recursos financeiros tendem a viver até os 72 ou 73 anos.
Para as mulheres, a diferença foi também notável: as mais ricas vivem, em média, até os 83 anos, enquanto as menos favorecidas têm uma expectativa de vida que não ultrapassa os 75 anos.
O que explica a diferença na longevidade?
Os pesquisadores apontam que a longevidade entre os mais ricos é, em grande parte, atribuída à melhor qualidade de vida.
Indivíduos com mais recursos têm acesso a melhores cuidados de saúde, alimentação de qualidade, moradias mais confortáveis, e ambientes menos estressantes, todos fatores que contribuíram para vidas mais longas e saudáveis.
Além disso, aqueles com maior renda frequentemente têm maior capacidade de evitar ou lidar com doenças crônicas, melhorando seu bem-estar geral e expectativa de vida.
Como prolongar a vida de forma igualitária?
Promover a longevidade de forma equitativa entre diferentes estratos da sociedade é um desafio complexo.
Políticas públicas eficazes podem desempenhar um papel decisivo na mitigação das disparidades de saúde causadas por fatores econômicos. Investimentos em educação, previdência social e acesso geral a cuidados de saúde de qualidade são estratégias que podem ajudar a igualar as expectativas de vida entre grupos de renda diferente.
Apesar de a riqueza proporcionar uma vantagem notável na longevidade, abordagens sólidas em políticas de saúde e melhoria em condições de vida podem oferecer a todos a chance de viver mais e melhor.